Gaiola ancestral

As telas representam mãe e filha, a criança e a mulher. Separadas pelo suporte e unidas por uma grande gaiola social, onde, ainda hoje, meninas têm uma criação limitante, durante sua fase mais fértil, a infância. Enquanto a mulher adulta tenta superar as amarras da qual foi submetida, carregando consigo o peso de muitas gaiolas e portas fechadas. A obra convida o expectador à pensar sobre a violência sofrida pelas mulheres, que atravessa as fases da sua vida e as próximas gerações.
A pintura incorpora elementos simbólicos, como o pássaro e a linha vermelha, para representar a dualidade entre liberdade e repressão. O pássaro, frequentemente associado à liberdade, é aqui um símbolo de contradição, representando tanto a aspiração à liberdade quanto as limitações impostas.
A linha vermelha é uma constante no trabalho da artista, simbolizando a dor e a resiliência. Neste contexto, ela sugere tanto a vulnerabilidade quanto a força das mulheres ao navegarem por um mundo que frequentemente busca restringir sua autonomia.